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A Armadilha dos Afetos e as Pessoas Tendenciosas

Preferir os afetos relativamente à racionalidade, é privilegiar as emoções relativamente à justiça.



Os afetos dizem respeito ao campo das emoções. Representam uma inclinação, uma tendência da pessoa para gostar ou não de algo.


Apesar dos últimos séculos da humanidade, os da "era da racionalidade", terem dominado a Civilização Ocidental, ainda hoje existem pessoas que querem governar pelos afetos. É aquilo a que se chama de moral do coração, orientada para o bom menino ou pessoa chique.


"Os afetos dizem respeito ao campo das emoções. Representam uma inclinação, uma tendência da pessoa para gostar ou não de algo."

Ao contrário do que se possa pensar, os estados afetivos não resultam tanto das características próprias desta ou daquela pessoa, resultam antes de experiências positivas ou negativas dessa pessoa com algo. Por exemplo, gostamos dos nossos, aqueles com quem crescemos, e desconfiamos ou tememos aqueles que não conhecemos ou são diferentes de nós nos hábitos ou na fisionomia. Ou seja, os nossos afetos podem ser condicionados por aqueles que estão no Poder, que nos moldam as experiências de vida e a própria educação.


Numa situação de conflito de interesses, entre dois grupos, por exemplo, perguntemos a uma terceira pessoa, não envolvida, quem acha que tem razão na disputa.

A pessoa "afetiva" com inclinações positivas para um dos grupos porque estes são da sua terra e se comportam de acordo com as normas sociais lá instituídas irá dizer que esse grupo é que tem razão. Ou então darão razão à pessoa mais bonita ou com melhores modos, a pessoa chique.

Uma terceira pessoa guiada pela razão (com inclinações emocionais pela ética) irá procurar identificar primeiro qual das partes não colocou nenhum direito universal e reversível em causa e só depois ponderar entre o necessário, o possível e o impossível de uma solução prática/ideal para o conflito.


"Os nossos afetos podem ser condicionados por aqueles que estão no Poder, que nos moldam as experiências de vida ou a própria educação."

Marcelo Rebelo de Sousa tem-se constituído como o "Rei dos afetos" da nossa República. Trata os portugueses e as portuguesas como cachorrinhos de estimação, à semelhança de Paulo Portas, uma estratégia de direita para domesticação do povo português. Para ele, a Constituição da República, os princípios e a história de Portugal, nada lhe dizem. Passa a ideia de que é o paizinho das "massas" e de que quem não o contrariar pode receber uns beijinhos ou mesmo umas carícias.

Nunca toma posição sobre nada. Age por inação (deixa os outros fazerem o que não devem de forma a nunca assumir responsabilidades por nada). Caminha pelos intervalos da chuva, explorando a cultura coletivista, onde o importante é que ninguém arranje conflitos. Ou a cultura de cariz feminino, onde os coitadinhos, os fracassados e os gangsters é que são os heróis enquanto os que têm responsabilidades sociais, os que trabalham e que pagam impostos nada mais fazem do que a sua obrigação.


Acaba por assumir o papel que lhe resta, em representação das elites fascistas de onde veio – a de Pop Star. Excelente papel social para quem nunca teve ideias ou mesmo um papel relevante na nossa sociedade como político. Para quem nunca se comportou como Chefe de Estado, tem tido um grande sucesso a distrair a população dos verdadeiros problemas que a afetam. É chamado o trabalho de equipa: uns pilham outros distraem.


"Marcelo Rebelo de Sousa tem-se constituído como o "Rei dos afetos" dentro desta República. Trata os portugueses e as portuguesas como cachorrinhos de estimação, à semelhança de Paulo Portas, uma estratégia de direita para domesticação do povo português."

No fundo fala aos da sua geração, que tiveram o azar de nascer durante um regime fascista, de onde ele próprio emergiu, sujeitos á igreja católica, tortura, pobreza extrema, perseguições políticas e guerra colonial. Estas são as pessoas que fizeram a revolução e ainda hoje são das poucas que vão votar porque sentem essa obrigação moral, pois foram eles que trouxeram a democracia a Portugal. São a geração que foi educada para a ordem e a obediência e em que alguns conseguiram subir para o nível moral do “bom menino ou da pessoa chique". Por terem vindo da pobreza, facilmente se deslumbram com a fachada que as nossas elites de direita se enfeitam.


Infelizmente as novas gerações (as que tiveram a sorte de poderem usufruir de melhores condições de desenvolvimento, as quais foram criadas pelas gerações de que falamos), embora estejam mais orientadas para a racionalidade, acabaram por se afastar da fantochada em que a democracia se tornou e agora já quase não votam.


Precisamos unir as diferentes gerações em torno de um mesmo futuro de prosperidade económica e estabilidade social.


Quer continuar a comprometer o futuro do seu país, dos seus filhos e netos por uma questão de afeto com o passado que foi forçado a ter?

Pense Bem!!!

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