Uma das tarefas primordiais de cada sociedade livre e esclarecida, deveria ser o desenvolvimento do Capital Humano dos seus cidadãos e cidadãs.
Segundo a Wikipédia,
"Capital Humano é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que favorecem a realização do trabalho de modo a produzir valor económico. São os atributos adquiridos por um trabalhador por meio da educação, perícia e experiência. "
"Muitas das primeiras teorias económicas referem-se à força de trabalho, como um dos três fatores de produção, como um recurso homogéneo e facilmente substituível.
O conceito de capital humano foi adotado, nos anos 1980, pelos organismos multilaterais mais diretamente vinculados ao pensamento neoliberal, na área educacional, no contexto das demandas resultantes da reestruturação produtiva."
Então porque não adotar este conceito à cidadania?
Há uns anos atrás, quando o aparecimento dos drones começou a chamar a atenção dos profissionais da área dos multimédia, bem como de cidadãos comuns, para uso recreativo, a primeira coisa que as televisões e os políticos fizeram, foi amedrontar os cidadãos com o perigo da ameaça à privacidade das pessoas ou então à segurança da aviação.
A tónica foi posta no proibir e controlar, não no aproveitar esta nova oportunidade na área do vídeo e da fotografia para desenvolver o Capital Humano dos cidadãos.
O resultado foi uma lei, que mais tarde na União Europeia acabou por ser normalizada para todos os Estados membros, que permitia a qualquer um comprar um drone, aprender a pilotá-lo por tentativa e erro e depois cumprir uma lei que na prática não permitia a utilização destes equipamentos na sua plenitude, supostamente porque os pilotos de drone não o sabiam fazer. Mais ainda, exigia comportamentos de obediência (sistematicamente pedir autorizações para coisas que se podiam fazer sem autorização) perante um Estado controlador mas que nada controlava. Claro que também estiveram em causa os interesses económicos dos profissionais da área.
A tónica foi posta no proibir e controlar, não no aproveitar esta nova oportunidade na área do vídeo e da fotografia para desenvolver o Capital Humano dos cidadãos.
Você quer criar um aquário em casa, com tartarugas, por exemplo. Nada mais fácil. Basta comprar os animaizinhos, um aquário e depois esperar, por tentativa e erro, que estes não morram ou adoeçam. Com um cão ou um periquito é o mesmo - não existe respeito pela vida dos animais.
Então e que tal, nas áreas relacionadas com segurança ou com o respeito pela vida, exigir aos cidadãos que saiam de casa para terem formação, desliguem os telemóveis, conheçam pessoas diferentes, discutam assuntos técnicos e relacionados com ética, criem comunidades de interesse, e depois:
- Comprem os drones;
- Comprem o animal para o qual tiveram formação;
- Atuem com consciência dos riscos para a segurança pública e para a vida dos animais, evitando assim erros e desastres;
- Partilhem com os vossos colegas de curso os vossos feitos e atividades;
- Desenvolvam ainda mais as capacidades técnicas através da partilha de conhecimento com essa tal comunidade de interesse que antes tinham criado;
- Transformem-se em cidadãos conscientes e responsáveis.
É assim que se desenvolve o Capital Humano dos cidadãos, criando pessoas responsáveis e que sabem pensar, em vez de existirem à espera que o Estado lhes diga o que fazer ou não fazer, ou pior ainda, que os tratem como crianças, para depois os poderem controlar.
Para isso, sem o cidadão ou cidadã apresentar uma carta de curso, qualquer estabelecimento comercial não venderia drones, animais, ou seja lá o que fosse relacionado com segurança ou a vida dos animais.
"É assim que se desenvolve o Capital Humano dos cidadãos, criando pessoas responsáveis e que sabem pensar, em vez de existirem à espera que o Estado lhes diga o que fazer ou não fazer, ou pior ainda, que os tratem como crianças, para depois os poderem controlar."
Não é com leis e mais leisinhas que o país deve funcionar, mas antes sim com cidadãos moralmente bem formados, pessoas orientadas para a participação e a democracia e não para uma atitude de obediência e de fuga ao castigo.
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